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O perigo do uso de anabolizante

  • Foto do escritor: Dr. José David Kartabil
    Dr. José David Kartabil
  • 13 de jun. de 2019
  • 5 min de leitura

Atualizado: 18 de jul. de 2019


Foto: Ilustração / Internet

Os esteróides androgênicos anabólicos, mais conhecidos como anabolizantes, são compostos sintéticos geralmente derivados do principal hormônio sexual masculino: a testosterona.

A testosterona é derivada do colesterol, juntamente com seus metabólitos, a diidrotetosterona e a androstenediona são produzidos pelos testículos e glândulas suprarrenais e tem diversas funções no corpo, como o desenvolvimento muscular e ósseo, apetite sexual, aparecimento das características masculinas (voz grossa, crescimento de pelos), entre outros.

Desde o aparecimento no mercado farmacêutico dos compostos sintéticos com base na testosterona ou que induzem aumento da testosterona (os anabolizantes), muitos homens, mulheres e adolescentes passaram a fazer uso desses produtos com finalidades diversas como halterofilismo, aumento do rendimento esportivo e fins estéticos. Tais produtos podem ser administrados de forma injetável intramuscular, via oral e através de gel transdérmico e tem indicação muito precisa na medicina.

O uso dessas substâncias é permitido pala Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) para uso terapêutico, com receituário controlado. No entanto, grande parte dessas drogas é vendida nas academias e entra no Brasil de maneira ilícita, contrabandeadas, além de anúncios veiculados na internet ou em meios de comunicação piratas, sem que se saiba exatamente de onde vêm nem como são fabricadas, gerando malefícios à saúde do indivíduo, além de poder levar à dependência, pois seu uso prolongado estimula a região cerebral do sistema de neurotransmissão da dopamina, denominado de sistema mesolímbico-mesocortical relacionada à recompensa do Sistema Nervoso Central, que pode se manifestar como síndrome de abstinência quando se tenta cessar o uso.

Diferente da forma prescrita pela comunidade médica, muitas vezes esses atletas (profissionais ou não) utilizam doses exageradas dos esteroides com intervalos também muito curtos, os chamados “ciclos”. Tal sobrecarga pode aumentar a chance dos efeitos adversos dos anabolizantes.

Além dos efeitos colaterais relacionados ao sistema cardiovascular, como infarto cardíaco e acidente vascular cerebral, existem riscos urológicos associados ao uso inapropriado de anabolizantes, principalmente infertilidade, disfunção erétil, aumento das mamas e diminuição dos testículos. Esses efeitos normalmente são transitórios  (geralmente 6 a 18 meses), mas podem demorar  até anos e existem relatos de efeito permanentes.

O mecanismo que leva à disfunção erétil e infertilidade pelo uso de anabolizantes é basicamente o mesmo. Para produzir a testosterona e fabricar os espermatozoides, os testículos recebem uma “ordem” através dos hormônios produzidos pela glândula-mestra localizada no cérebro (a hipófise). Acontece que, ao receber a testosterona externa (os anabolizantes), a nossa hipófise passa a entender que não precisa mais mandar os sinais de ordem para os testículos produzirem testosterona e espermatozoides.

O estímulo exagerado que essas substâncias causam nos receptores de determinadas células levam a efeitos secundários desastrosos. Um desses estragos é a diminuição da produção de hormônios normalmente elaborados pelas nossas glândulas, pois o organismo interpreta o hormônio sintético como suficiente e passa a produzir níveis bem baixos, chamado na medicina como efeito feedback negativo.

Mesmo com a interrupção do uso dos anabolizantes, uma vez que não há mais ordem da hipófise, os testículos continuam sem trabalhar, levando o homem a disfunção erétil e infertilidade. Com o passar dos meses, esse processo pode ir se revertendo de forma espontânea ou com a ajuda de medicações prescritas com acompanhamento médico.

Em relação à próstata, acredita-se que, uma vez que a mesma sofre ações da testosterona, poderia haver algum acometimento desse órgão com o uso de anabolizantes. Postula-se, por exemplo, que poderia haver aumento do volume da próstata com piora ou aparecimento de sintomas relacionados à micção como jato urinário fraco e cortado, sensação de esvaziamento incompleto da bexiga e aumento da frequência urinária. Apesar de não estar provado que os anabolizantes causam câncer de próstata, homens portadores da doença e não tratados adequadamente apresentam progressão do tumor com o uso dos anabolizantes.

Os derivados de testosterona surgiram e devem ser utilizados  para o tratamento de problemas de saúde devidamente diagnosticados, segundo parâmetros clínicos e métodos complementares.

Além dos sintomas já citados existem riscos na administração e o abuso de testosterona (Anabolizante) para homens com níveis normais e sem nenhuma indicação médica incluem: tremores, aparecimento de acne grave, retenção hídrica, dores nas articulações, aumento da pressão sanguínea, alteração do metabolismo do colesterol (diminuindo o HDL e aumentando o LDL com elevação do risco de doenças coronarianas), alterações nos testes de função hepática, icterícia e tumores no fígado, policitemia, exacerbação da apneia do sono, estrias e maior tendência às lesões do aparelho locomotor. Além disso, os indivíduos que fazem o uso de anabolizantes injetáveis correm o risco de compartilhar seringas contaminadas e se infectar com HIV hepatite B ou C.

Na mulher a ocorrência do crescimento de pelos com distribuição masculina, alterações ou ausência de ciclo menstrual, hipertrofia do clitóris, voz grave e diminuição de seios (atrofia do tecido mamário) também é comum. No adolescente é comum ocorrer a maturação esquelética precoce com fechamento prematuro das epífises ósseas, baixa estatura e puberdade acelerada, levando a crescimento dismórfico. Além de todos esses riscos, o abuso de anabolizantes pode causar problemas emocionais como variação de humor, incluindo agressividade e raiva incontroláveis, e levar a episódios violentos como suicídios e homicídios, principalmente conforme a frequência e o volume utilizado. Usuários apresentam sintomas depressivos de síndrome de abstinência ao interromper o uso, o que pode contribuir para a dependência. Ainda podem experimentar ciúme patológico, quadros maníacos e esquizofrênicas, extrema irritabilidade, ilusões (podendo haver uma distorção de julgamento em relação aos sentimentos e invencibilidade), distração, confusão mental e esquecimentos, além de alterações da libido e suas consequências .


Os derivados de testosterona surgiram e devem ser utilizados  para o tratamento de problemas de saúde devidamente diagnosticados, segundo parâmetros clínicos e métodos complementares. Quando o médico assistente pensa em prescrever terapia de testosterona, ele leva em consideração uma série de fatores (presença de contraindicações, dose, via de administração, intervalo das doses, etc.) com o intuito de melhorar a qualidade de vida de seus pacientes ao mesmo tempo que minimiza a chance dos efeitos colaterais possíveis como eventos cardiovasculares, problemas de fígado, infertilidade, disfunções sexuais, atrofia dos testículos, aumento das mamas, entre outros. Com o abuso de anabolizantes, atingem-se níveis elevados de testosterona muito acima do considerado normal levando a um risco exacerbado dos temidos efeitos colaterais.

Portanto é de suma importância que pessoas em uso de anabolizantes procurem aconselhamento médico para manejo de seus casos e que a população geral evite o uso inapropriado dos derivados da testosterona.

O objetivo da terapia de reposição com testosterona é restaurar os níveis séricos do hormônio masculino. Está indicada apenas para homens com persistentes níveis séricos de testosterona abaixo da normalidade associados aos sintomas de deficiência androgênica.

Quando o paciente realmente tem indicação (níveis baixos de testosterona e quadro clínico compatível com DAEM/ANDROPAUSA), a resposta clínica ao tratamento de reposição hormonal realmente é muito boa, com comprovação científica e importante melhora da qualidade de vida.


Se você não tem nenhum problema de saúde, deve ter cuidado e buscar uma segunda opinião quando algum médico, educador físico ou nutricionista sugerir a reposição, principalmente quando os benefícios do tratamento listados pelo especialistas forem melhoras estéticas e no desempenho físico.


Nota oficial da SBU (Sociedade Brasileira de Urologia)

http://portaldaurologia.org.br/noticias/nota-oficial/


Fonte e maiores informações: http://portaldaurologia.org.br e www.endocrino.org.br


Participe da ação contra o uso indevido dessas substâncias. Acesso o site: www.bombatofora.com.br.

 
 
 

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